UM OUTRO OLHAR

Se tivesses a oportunidade de mudar alguma coisa na tua vida, o que seria?

Talvez uma relação? Um emprego? Uma cidade ou um país?

Muitas vezes arrependi-me de certas escolhas que fiz, atribuindo as consequências dessas escolhas aos outros para não assumir a responsabilidade por elas. Era muito mais fácil sentir-me culpado do que assumir a responsabilidade por mim próprio.

Mas hoje, se tivesse a possibilidade de mudar algo que foi apenas um pormenor na minha vida, … não mudaria nada.

A experiência mostra-nos que as coisas que são agradáveis na altura podem ter efeitos negativos a longo prazo, … pelo contrário, as experiências dolorosas ajudam-nos a crescer.

Estes últimos anos foram cheios de constatações que me levaram a fazer mudanças e a tomar decisões que me ajudaram a evoluir e a desabrochar.
Tornar-me mãe foi uma oportunidade para renascer, uma segunda oportunidade para mudar, para começar de novo…
Aprender a ouvir-nos, a confiar em nós próprios, a desconstruirmo-nos para nos reconstruirmos e a compreender que somos os únicos responsáveis pelas coisas negativas da nossa vida.

As crianças são uma grande fonte de aprendizagem quando se dedica tempo a observá-las e a apoiá-las com respeito e amor. Fazem-nos crescer com humildade, mesmo que, por vezes, nos enlouqueçam, mas quando isso acontece é bom colocarmo-nos a questão,

Qual é o objetivo?

Normalmente, aponta apenas para um problema ou uma frustração nas nossas vidas.

Não saberia explicar-vos todas as emoções e a ligação intensa que se criou na altura da minha gravidez, algo estava a nascer de forma completamente inconsciente. Eu já não tinha medo de assumir as minhas escolhas, os meus ideais… criou-se uma bolha à nossa volta. Agimos com o coração, com amor, naturalmente.

Só quando dei um passo atrás há uns meses, com uma boa dose de honestidade, é que percebi a minha missão de vida, e é incrível ver como cada decisão que tomei no último ano está ligada às outras.
Isso só mostra que as melhores escolhas são aquelas que fazemos de acordo com o que sentimos por dentro, mesmo que não sejam as mais fáceis.

É preciso saber fazer escolhas, fazer concessões, ter paixão, porque sem paixão não estaremos prontos para assumir os fracassos que enchem o nosso caminho de experiência para ir mais longe.

Temos de aprender a olhar para nós próprios e para o mundo que nos rodeia de uma forma diferente, a ter tempo para olhar com bondade para todas as coisas positivas que alcançámos, a ter consciência das nossas necessidades e a dar-lhes a mesma atenção que damos aos nossos filhos.

Fazer as escolhas certas para si próprio implica a responsabilidade de se respeitar a si próprio. Quando abraçamos quem somos, incorporamos naturalmente os nossos valores. Não há necessidade de nos compararmos, apenas de nos inspirarmos.

Temos de nos lembrar que a autodisciplina é um objetivo a atingir, não algo pré-existente Maria montessori.

A Autodisciplina como Força

A nossa auto-disciplina é a nossa maior força para alcançar a liberdade com que tanto sonhamos. Ao darmos demasiada importância a necessidades ilusórias, desligamo-nos das nossas necessidades fundamentais.
Como sabem, a felicidade não depende dos outros nem da quantidade de coisas que temos, mas sim das experiências de vida e dos conhecimentos que adquirimos. Depende unicamente das nossas escolhas e dos nossos pensamentos.

Somos os únicos que nos podemos levar para onde queremos ir, mas para isso temos de estar de acordo com as escolhas que fazemos.

Written by Alexandrina Cabral

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