Sermos nós próprios, sermos reais, é por vezes difícil sabermos quem somos quando vivemos em uma era ultra-conectada, onde somos diariamente bombardeados por milhares de fotografias e vídeos que retratam corpos e vidas aparentemente perfeitos. Essa exposição constante nos leva a comparações incessantes, gerando uma dualidade interna e, muitas vezes, uma crise de identidade.

 

 

A final Sem nós aperceberm, nos encontramos mergulhados em uma torrente de emoções negativas, como inveja e ressentimento, em relação a pessoas que nem sequer conhecemos. É insano pensar o quanto nos deixamos afetar por essas imagens idealizadas. No entanto, é mais fácil desvalorizar nossas próprias conquistas e acreditar que os outros têm mais sorte, que tudo lhes corre bem. Julgamos a partir de uma imagem superficial e aliviamos nossa culpa culpando os outros.

Libertamo-nos das nossas responsabilidades encontrando alguém para culpar e geralmente sentimo-nos melhor depois disso… pelo menos durante algum tempo. Porque, a final, a vida é cíclica e, até percebermos que somos os únicos responsáveis pelas nossas vidas, continuaremos a repetir o mesmo padrão vezes sem conta.

Quando me apercebi que não me estava a realizar, perguntei-me porquê? Porque é que essas pessoas “parecem” felizes (porque sim, às vezes é só uma imagem), porque é que elas têm tanta sorte e eu não? Eu estava numa busca utópica de felicidade, tinha esta máscara à frente dos meus olhos! Rejeitava as escolhas que fazia conscientemente, responsabilizava as pessoas que me rodeavam e, para sentir um pseudo bem-estar psicológico, “comprava a minha felicidade”.

Ler isto pode parecer ridículo, mas seja sincero consigo mesmo, de certeza que é uma situação que lhe é familiar!

Muitas vezes agi assim por MEDO:

– Medo de como os outros vão olhar para mim
– Medo de não ser suficiente
– Medo de ser julgada …

A lista pode ser comprida, mas o que eu mais receava era ser eu própria, assumir os meus valores, aquilo que me torna única.

Pense no medo como um aliado na sua vida; ele mostra-lhe uma falha que deve ser desenvolvida. Basicamente, o que pode ser pior do que sermos nós próprios? A segurança e a insegurança não são mais do que percepções que erguem barreiras mentais no nosso caminho.

Quanto aos erros, eles fazem parte do processo de auto-realização; eles criam as mais belas experiências na nossas vida.
Só tu tens o poder da tua própria liberdade. Não estou a dizer que é fácil; é um processo constante de auto-aperfeiçoamento e também uma dose de desprendimento. Mas aquela sensação de calma que se sente, aquela que nada pode abalar quando se começa a caminhar em direção à pessoa que se encarna, é igualmente única.

 

Ser autêntico em um mundo ultra-conectado requer coragem e perseverança. É necessário reconhecer e enfrentar nossos medos, responsabilizar-nos por nossas escolhas e buscar a realização pessoal de maneira genuína. Só assim poderemos experimentar a verdadeira liberdade e a paz interior que vêm com a aceitação e o amor-próprio.

Escrito por Alexandrina Cabral

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